O Ano Litúrgico, constituído por diversos ciclos, termina com a Festa
de Cristo Rei. Jesus nasce com o título de Rei e é agora proclamado
pela Igreja como Rei do universo. É o cume de um reinado que foi
manifestado num amor extremo, selado na cruz e na glorificação eterna.
Numa visão, o profeta Daniel contempla o trono de Deus e seu juízo
sobre o mundo. Ele vê também alguém como “filho de homem” sobre o trono
(Dn 7, 9-14). Nos Evangelhos, a expressão “filho de homem” refere-se a
Jesus Cristo, àquele que veio do alto para construir o Reino de Deus.
Devemos entender que não são os poderes do mundo que determinam a
história, mas sim, aquele que é o Senhor da história, fazendo triunfar o
seu Reino. Isto significa que a última palavra sobre o mundo pertence a
Deus. É até uma questão de fé e certeza de que as forças do mundo são
meramente passageiras.
O centro da história é Jesus Cristo, que veio como Rei, caminha como
Rei e termina seu ciclo na terra como Rei. É o mesmo que dizer: “aquele
que é, que era e que vem”. Ele é o cumprimento da Aliança feita por Deus
com Abraão lá no passado, que só acontece no gesto de doação total na
prática do amor.
Mesmo dizendo que o Brasil é o maior país cristão do mundo, Jesus
continua sendo o grande desconhecido pelo nosso povo. Desta forma, não
criamos paixão por Ele e agimos de forma desregrada, sem compromisso
social e ferindo a dignidade das pessoas. Não conseguimos perceber que o
amor cristão implica defender a vida do outro, que tem o mesmo direito
que nós.
Jesus nunca impôs seu poder através do uso da violência desumana,
porque não tinha pretensões egoístas. Sua ação ia além dos limites do
mundo e passava por uma prática de testemunho coerente e visível aos
olhos da sociedade de seu tempo. Com isto Ele instaurou um reinado que
contradiz com os poderes mundanos.